
(Foto: Manancial FM)
Fazendo da liderança um ministério
Se é ministério, seja em ministrar… Rm 12.7
Há uma diferença entre Liderança e Ministério, em especial, o Pastoral. Liderança, em termos gerais, significa Influenciar. “liderança é influência – nada mais, nada menos” (O Livro de Ouro da Liderança, John C. Maxwell, 208); ainda, John Haggai diz que “a liderança é o esforço de exercer conscientemente uma influência especial dentro de um grupo no sentido de levá-lo a atingir metas de permanente objetivos que atendam as necessidades reais do grupo”.
Diferentemente
da arte de Liderar o Ministério Pastoral focaliza mais o indivíduo em
particular, em vez de um grupo específico. Ministério no grego, segundo
Strong é diakoneo (διακονεω), e significa: “ministrar uma coisa para
alguém, servir alguém ou suprir alguma necessidade”. Em Lucas 1.23 a
palavra “ministério” é comentada por Strong como: “[3009] λειτουργια,
leitourgia: 1) ofício público que um cidadão se compromete a administrar
por sua própria conta… 3a) serviço ou ministério de sacerdotes
relacionados com orações e sacrifícios oferecidos a Deus… 3b) dom ou
benefício para o alívio do indigente”
Quando estamos
delegando tarefas no inicio do ano, promovendo arrecadações para uma
construção, instigando a congregação local a fazer missões estamos
liderando; mas, quando estamos visitando um enfermo, aconselhando um
casal ou discipulando. Estamos ministrando às pessoas necessitadas.
Embora possa diferenciar um do outros, temos que transforma tudo em
ministério – ao primeiro grupo, ministrando orientação ao outro,
ministrando dons (de cura, da palavra de sabedoria e da ciência).
George O. Wood (Doutor em Teologia Prática e Presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus dos EUA) diz que “Liderança
exige que demos prioridade à multidão, mas o ministério ordena
prioridade ao necessitado… Porque ministério se faz com pessoas – uma de
cada vez”
Liderança influencia as pessoas para que elas deem
em troca: obediência, submissão e a realização de projetos ao seu
líder. Diferentemente do Ministério, que “ajuda pessoas que não podem
fazer nada por você”. Portanto transformemos nossa liderança em
ministério; podendo ir mais além e pensar mais no individuo, não somente
no grupo em si.
Elementos que constitui o ministério
Segundo
George Wood, o Ministério de Cristo constitui-se de três elementos
básicos. Esses devem reger o ministério pastoral hodierno. Eu classifico
como: Os três “t” do ministério. A seguir faço um pequeno comentário
sobre eles, o que realmente transcende a liderança e faz dela um
ministério.
1º) Tempo – “O Ministério prioriza tempo com o individuo”:
Jesus parou as multidões que, frequentemente o seguia, para atender
apenas um indivíduo – e fez isso por várias vezes. Para o cego de
Jericó; para a mulher do fluxo de sangue; para Jairo; para o leproso,
dentre outros. Wood diz que nenhum de seus milagres, ensinos e curas
estavam na lista de prioridades de Jesus. Todos são resultados de
interrupções nas suas jornadas que fazia em seu ministério. Ou seja, Ele
tinha tempo para as pessoas, e nesse tempo com elas resultava no
desaparecimento de lepras, a restituição de uma mão, a visão de um cego,
o ensino de “quem é o meu próximo”, sobre “o novo nascimento”; enfim,
foi dos pequenos encontros com pessoas “pequenas” que Jesus nos deu
grandes ensinamentos.
2º) Toque – “O Ministério se relaciona pessoalmente”: Jesus possibilitava que as pessoas se aproximassem dEle, independentemente da idade ( Mc 10.14 – “Deixai vir os meninos a mim”), do estado em que estavam (Mt 8.1-3 – “E Jesus, estendendo a mão, tocou-o” – o leproso), ou situação financeira (Mc 10.46-52 – “levanta-te, que ele te chama.”
– O cego pedinte Bartimeu). E quando não, Ele ia até onde elas estavam:
Na casa de Lázaro (Jo 11); na casa de Zaqueu (Lc 19.1-10) além de
outras mais. Não havia barreiras nem mesmo falta de tempo. Nos lugares
mais inóspitos Jesus estava lá; como no caso de ir à Betânia andando
(quase quinze estádios, cerca de 15 km).
3º Transformação – “O Ministério proporciona transformação”:
O Ministério de Jesus foi um ministério de transformação, prova disso
foi o seu primeiro milagre em Caná quando transformou água em vinho.
Onde Jesus passava havia transformação. Velórios eram transformados em
festas, doentes eram transformados em sãos e os endemoninhados
tornavam-se missionários.
Há um contraste entre o Ministério da
Lei e o da Graça. No ministério da Lei o puro se tocasse alguém impuro
seria contaminado e transformar-se-ia em impuro também (Lv 15.7). No
ministério de Jesus (da Graça) o puro (Jesus) quando tocava o impuro
este se transformava em uma pessoa sã, – curado e limpo!
Este é o
real sentido resultante de Ministério – Ministrar às pessoas. Visto que
um dos significados são o “dom ou benefício para o alívio do indigente”.
Surge a questão: Se ministramos para alguém é porque temos com o quer ministrar. George Wood disse que “Você não pode dar aos outros aquilo que não possui, mas aquilo que tem”. E conclui dizendo:
“se
formos cheios do Espírito Santo, elas também o serão. Se formos
confiantes que o Senhor pode e realmente liberta das drogas, do álcool e
outros tipos de dependências, então elas serão libertas de todas essas
doenças da alma e do espírito. Se orarmos pelos doentes com fé, os
doentes serão então curados. Se despertarmos o dom do Espírito que está
em nós, pessoas serão então batizadas no Espírito e permanecerão
fervorosas no Senhor. Se demonstrarmos e ensinarmos o discipulado, mais
pessoas se tornarão discípulos de Jesus. Se testemunharmos aos perdidos,
nossas ovelhas também o farão. Se tivermos uma mente missionária, nosso
povo também a terá.”