A foto de um tamanduá atacando
um cupinzeiro no Parque Nacional das Emas, em Goiás, rendeu ao Brasil um
título mundial de fotografia. O brasiliense Marcio Cabral, reconhecido
pelas imagens de paisagens e fotos panorâmicas ao longo da carreira,
batizou a cena fotografada como "O Invasor Noturno" e venceu na
categoria "Animais em seus ambientes". Segundo a descrição da foto, o
profissional, geógrafo por formação, passou mais de três anos visitando a
região até o dia em que conseguiu o clique que tanto queria: uma longa
exposição feita apenas uma vez.
O prêmio principal da competição
Fotógrafo de Vida Selvagem, promovida todo ano pelo Museu de História
Natural de Londres, foi para a famosa foto de um rinoceronte deitado no
chão, ferido no rosto após ter seu chifre arrancado. O sul-africano
Brent Stirton fez a fotografia vencedora na Reserva Hluhluwe Imfolozi,
em seu país de origem, durante um período de investigação do comércio
ilegal de objetos confeccionados a partir do animal. O crime, comum na
região, gera lucro devido à crença de que essa parte do animal pode
curar doenças. "As pessoas podem ficar enojadas ou horrorizadas, mas a
foto te fisga e você quer saber mais, você quer saber a história por
trás. E você não pode escapar disso; ela te confronta com o que está
acontecendo no mundo", contou um dos jurados da competição, Lewis
Blackwell, em entrevista ao jornal britânico BBC.
Na categoria Retrato de animais,
o irlandês Peter Delaney capturou o retrato de um chimpanzé muito à
vontade descansando numa floresta no Parque Nacional Kibale, em Uganda.
Segundo Peter, o animal passou muito tempo bastante agitado e emitindo
sons para ganhar a atenção de uma fêmea do seu interesse. A foto foi
tirada logo depois, quando ele desistiu por não ser correspondido. "Ele
se deitou para trás, mãos atrás da cabeça, e descansou por um momento,
como se sonhasse sobre o que teria acontecido", explicou. O autor da
imagem chamou-a de Contemplação.
Confira outras fotos vencedoras das demais categorias: